Planejamento financeiro pessoal

Por Ricardo Vinícius Jordão

“Esse ano tudo será diferente”... é o que, freqüentemente ouvimos as vésperas do reveillon ou da comemoração de um aniversário. Nesses momentos mágicos é comum que se pense que novas oportunidades surgirão e que os problemas do passado não irão nos importunar novamente. Imaginar, contudo, que isso se dará de forma espontânea pode ser um grande erro porque somos responsáveis por grande parte das coisas que acontecem conosco. O planejamento financeiro pessoal, objeto deste artigo, é uma maneira de interferir em nosso futuro por delinear um caminho que nos conduza a uma melhor qualidade de vida e a um bom equilíbrio financeiro.

A atividade de planejamento, utilizada em várias organizações, cuida de discriminar as ações que serão necessárias hoje para alcançar nossos objetivos pessoais, espirituais e profissionais além de promover a perspectiva de um futuro melhor. Como transportar, porém, a experiência das empresas para nossa vida cotidiana? E mais, seria possível aprender com as empresas a lidar com as crises e obter uma maior qualidade de vida por meio de um bom planejamento pessoal?

Acreditamos que sim! Que podemos aprender com as empresas e utilizar os conhecimentos desenvolvidos pelos estudiosos de administração e de estratégia para buscar meios de ser mais equilibrados, felizes e prósperos. Tais conhecimentos evidenciam que o planejamento pessoal deveria ser orientado a partir de nossos objetivos de curto e longo prazos. No curto prazo é importante considerar o ambiente em que estamos, nossas necessidades e desejos, os compromissos já assumidos e as pressões que sofremos diariamente. O longo prazo, por sua vez, é o horizonte das mudanças reais, dos objetivos pretendidos e das oportunidades. Transformar, entretanto, nossos desejos em realidade requer sacrifícios em nossa qualidade de vida atual. Por isso, muitas pessoas não conseguem prosperar porque ora desconhecem este segredo, ora não estão dispostas a sacrificar-se hoje em prol de um amanhã duvidoso.

O tempo, a seu modo, vem nos mostrar que são justamente as pessoas que acreditam que fazem a diferença. Ao acreditar, elas suportam dois ou três empregos, fazem horas-extras, trabalham e estudam, fazem bicos nos dias de folga, dedicam-se a novos negócios e esforçam-se em gastar menos do que ganham para equilibrar suas contas. Quando fazem isso, tais indivíduos começam a criar um ciclo virtuoso dentro da crise abrindo as portas para as oportunidades.

Há uma grande sabedoria em gastar menos do que se ganha porque você passa a ter um excedente para os momentos de doença, dificuldades e velhice. Além disso, você passa a ter meios de intervir no seu futuro porque o excesso de fundos pode financiar seus estudos, a realização de alguns sonhos ou a execução de novos empreendimentos. Desse modo fica uma grande lição: “não basta apenas sonhar com um futuro melhor. É necessário construir, hoje, os alicerces de nossa felicidade.”

Prof. Ricardo Vinícius Jordão – Contador 

E-mail: jordaoconsultor@yahoo.com.br